segunda-feira, 21 de março de 2011

Floresta goiana

Há 25 anos atuando como artista plástico, Cerino apresenta nova exposição










Com 76 telas em acrílico,
o artista plástico
André Cerino apresenta
um trabalho inovador que
surpreenderá os visitantes



Até o dia 28 de março, a Galeria de Arte da Legião da Boa Vontade recebe a exposição do artista plástico André Cerino. Ao todo, serão 76 acrílicos sobre tela com o tema Cores do Cerrado. Em 2009, Cerino trouxe para a capital a mostra Labirintos Urbanos e, agora, ele vivifica a floresta goiana surpreendendo os admiradores de seu trabalho.

Há 25 anos trabalhando como artista plástico, André mostra maturidade em suas obras. Em seu currículo, ele carrega experiências formidáveis. Além de pintor, Cerino é escultor, cartunista, chargista, ilustrador, artista gráfico e web designer. Nascido em Recife, capital pernambucana, ele chegou a Brasília aos 19 anos.

O artista já participou de várias exposições individuais e coletivas, e de salões de arte e de humor no Brasil e no exterior. Nos anos de 1980, foi destaque nas 90 horas de pintura contemporânea, a maior maratona de artes plásticas realizada no país. Entre os prêmios que já ganhou como cartunista, destacam-se: Menção Honrosa no III Salão de Humor de Minas Gerais, segundo lugar no IV Salão de Humor de Minas Gerais, terceiro e primeiro lugares do júri popular no III Salão de Humor sobre a Fiscalização dos Gastos Públicos e primeiro lugar no V Salão de Humor sobre a Fiscalização dos Gastos Públicos.

Para Cerino, a produção de suas obras é como se fossem uma apresentação de teatro. “Quando estou diante de uma tela em branco fico imaginando que ela é a cortina de um teatro e que será aberta a qualquer momento, e eu, como artista e espectador, espero ser surpreendido pelo que vou ver”, explica.

Para ele, não existe expectativa maior que a sua. No papel de expectador, o artista espera sempre algo de suas obras que possa transformar seu estado de humor e trazer algo de bom para sua vida. “Como artista, procuro desorganizar o pensamento e improvisar os movimentos, que fogem ao meu controle. Não sei exatamente o que vou fazer, simplesmente busco o novo, intuitivo. Isso porque, quando há um planejamento, perde-se a surpresa. E necessito da surpresa para produzir a minha arte”, afirma.



DIÁLOGO COM O PÚBLICO

Cerino entende que é preciso deixar a arte conduzi-lo, e não tentar conduzi-la. “Tento causar esse estranhamento com a minha arte, mantendo um constante diálogo com o público. Não conduzo a arte, deixo que ela me conduza. Nesse processo, eu me considero tão espectador quanto criador. O que não é mais novo para mim será novo para quem nunca viu aquela obra. Fiquei surpreso com Guernica, de Pablo Picasso, mesmo sabendo que milhões de pessoas já a tinham visto”, comenta.